A GlaxoSmithKline (GSK), uma das maiores empresas farmacêuticas do mundo, vai divulgar 13,5 mil estruturas que podem ser usadas em vacinas contra a malária e dados farmacológicos associados.
A ação é a primeira do tipo no mundo das grandes corporações do setor e pode representar o início de um processo de abertura de patentes para remédios e vacinas voltados para doenças mais presentes nos países em desenvolvimento, também chamadas de "doenças negligenciadas".
A GSK afirma em comunicado que oferecerá acesso gratuito à sua biblioteca de pesquisas relacionadas à malária, que reúne cerca de dois milhões de compostos. Em entrevista à Nature, Timothy Wells, chefe da iniciativa Medicines for Malaria Venture (MMV), que busca baratear a produção de remédios contra a doença, elogia a iniciativa e lembra que é a primeira vez que uma empresa abre seus dados à comunidade científica sem restrições.
A própria GSK e a Novartis, outra grande companhia do setor, já haviam disponibilizado informações, mas apenas a alguns grupos de pesquisa ou ONGs, como a MMV.
Dos compostos a serem abertos, ao menos 13.500 tem utilidade imediata, segundo a MMV. Pesquisadores e ativistas esperam que a atitude da empresa possa acelerar pesquisas e estimular outras companhias a tomarem o mesmo rumo, barateando, assim, os custos de desenvolvimento de novos medicamentos.
A GSK informou que ainda está estudando de que forma os dados serão disponibilizados, mas diz que provavelmente eles ficarão alojados em alguma plataforma externa à empresa.
(Com informações da revista "Nature", 20/1)
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