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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Universidade norte-americana e Embrapa farão pesquisas na área de fitoterápicos

Universidade do Mississipi, nos Estados Unidos, firma convênio com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)

O desenvolvimento de fitoterápicos (remédios preparados a partir de plantas medicinais) obtidos nas reservas naturais da Caatinga e do Cerrado, e também de biopesticidas para a agricultura orgânica, é uma das metas do convênio firmado entre a Universidade do Mississipi (EUA) e a Embrapa.

Pesquisadores da instituição norte-americana iniciaram nesta segunda-feira, dia 22/2, na Embrapa Agroindústria Tropical, do Ceará, um debate sobre as ações que serão desenvolvidas.

Além da troca de experiências e do treinamento de pessoal, o convênio, que se estende até 2013, visa ao desenvolvimento de pesquisas conjuntas relativas à padronização das matérias-primas, informou à Agência Brasil o pesquisador Flávio Pimentel, da Embrapa Agroindústria Tropical, coordenadora das ações no Brasil.

Com a ampliação da base de conhecimentos para a produção de fitoterápicos, a expectativa é elevar a qualidade desses produtos no Brasil e, em consequência, sua segurança.

"Ampliar a qualidade e a padronização, porque há muitos produtos que têm o mesmo nome e composições químicas diferentes e são vendidos à população como uma espécie medicinal e, muitas vezes, não se trata da mesma espécie que tem aquele efeito farmacológico. Então, um dos objetivos dessa cooperação é a padronização: definir parâmetros de identificação dessas espécies para que a população não compre gato por lebre".

A padronização e o aumento da qualidade poderão levar à redução do custo de várias terapias usadas no Sistema Único de Saúde (SUS). Pimentel destacou que existe uma lista extensa de plantas medicinais no SUS, envolvendo mais de 40 fitoterápicos. Ele lamentou, porém, que apenas uma pequena parcela - "quatro no máximo" - seja produzida em escala comercial e tenha patente.

"Porque não foi desenvolvido sistema de produção, existe problema de padronização da matéria-prima para que a indústria possa utilizar essas plantas para produção de fitoterápicos. Esse é um dos objetivos do trabalho".

O pesquisador esclareceu que o uso de produtos sem qualidade ou padrão pode ter efeitos tóxicos para a população. "Com certeza. Muitas espécies vendidas legalmente no país como fitoterápicos usam matérias-primas importadas, porque as nacionais não têm uma padronização. Não têm uma produção confiável, nem uma padronização da matéria-prima. Aí, as indústrias não absorvem essa matéria-prima".

A partir do convênio, a expectativa é de diminuir a importação, com o aproveitamento da biodiversidade brasileira, com foco principalmente nas plantas que já estão na lista do SUS.

Os pesquisadores da Universidade do Mississipi e da Embrapa Agroindústria Tropical estarão reunidos até quinta-feira, dia 25, discutindo o projeto e definindo as ações que serão executadas. Pimentel disse que a ideia é que essas ações sejam iniciadas sem demora, tendo em vista o custo estimado do convênio, da ordem de US$ 2 milhões. Participam também outras duas unidades da empresa: a Embrapa Meio Ambiente (SP) e a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (DF).

(Alana Gandra)

(Agência Brasil, 23/2)

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